Japão
Cor
87 min.
Direção: Hideaki Anno e Kazuya Tsurumaki
Produção: Mitsuhisa Ishikawa
Roteiro: Hideaki Anno
Baseado em Neon Genesis Evangelion, de Hideaki Anno
Elenco: Megumi Ogata (Shinji Ikari), Megumi Hayashibara (Rei Ayanami), Yūko Miyamura (Asuka Langley Soryu), Kotono Mitsubishi (Misato Katsuragi), Yuriko Yamaguchi (Ritsuko Akagi), Fumihiko Tachiki (Gendo Ikari), Akira Ishida (Kaworu Nagisa), Motomu Kiyokawa (Kozo Fuyutsuki), Mugihito (Keel Lorentz), Takehito Koyasu (Shigeru Aoba) e Miki Nagasawa (Maya Ibuki)Música: Shirō Sagisu
Cinematografia: Hisao Shirai
Direção de Arte: Hiroshi Kato
Edição: Sachiko Miki
Companhias Produtoras: Production I.G e GAINAX
Distribuição: Toei Company
Lançamento: 19 de julho de 1997
Idioma: Japonês
Receita: ¥1.45 bilhões
Sinopse
Com o Anjo final derrotado, a NERV tem um último inimigo a ser enfrentado – os Humanos sob o comando da Seele. Deixado em profunda depressão próximo ao final da série original, um indeciso Shinji Ikari luta com o ultimato que lhe é apresentado: aceitar completamente a Existência da Humanidade ou renunciar à Individualidade da Humanidade. Enquanto isso, no centro de um NERV comprometido, Gendou Ikari e Rei Ayanami abordam Lilith na tentativa de realizar seus próprios ideais em relação ao futuro do mundo. The End of Evangelion serve como um final alternativo aos episódios finais de polarização de Neon Genesis Evangelion. Com o destino do universo em jogo, a batalha final climática se aproxima.
⚖️Créditos da Sinopse: Anime Fire
Inomináveis Saudações a todas e todos vós, Seres Do Mundo!
Como eu disse na Resenha sobre o Anime de Neon Genesis Evangelion, antes de falar deste filme que encerra de forma definitiva o mesmo, irei discorrer sobre o final daquele conforme a minha compreensão pessoal. Falando com a voz de alguém que não se aprofunda muito em assuntos mais amplos no mundo da Intelectualidade, compreendo o lado de quem considera totalmente ininteligível e incompreensível aquele final. Aos olhos de um espectador nada interessado em tramas esotéricas, herméticas e repletas de alegorias simbólicas, o último episódio do Anime, assim como o penúltimo, são uma total perda de tempo com algo que não entenderam. E aos olhos de quem se aprofunda em temáticas mais profundas, com muito Esoterismo, Hermetismo e Alegoria Simbólica? Não quero aqui traçar uma arrogante comparação entre dois tipos de público, mas fico tentado a, sendo parte do segundo grupo, usar algo um tanto quanto avançado acerca do que me transmitiu o nada convencional clímax do Anime.
Dentro dos Parâmetros do Panorama Mental de Shinji, o oculto Projeto da Instrumentalidade Humana de Gonzo Ikari, pai dele, foi escolhido para ilustrar o Grande Processo Integralizador da Humanidade em sua Reconstrução após o Advento Dos Anjos. A Mente de Shinji é um fragmentado poço de eventos que, direta e indiretamente, constituíram a montagem de sua personalidade aflita, ansiosa e angustiada. Cada Linha de Fragmento Psíquico fala uma Linguagem própria e segue uma Rota por diferentes Estradas, alcançando mais e mais profundidades. No penúltimo capítulo, vê-se também os Fragmentos de Rei, Asuka e Misato, as quais estão conectadas a Shinji em Carne e Espírito, além da Mente. Um certo elemento erótico sutil acompanha essa Conexão e se refere ao intenso, quase insano, desejo dele em querer ser aceito, compreendido e amado profundamente por alguém. Por isso, a proximidade com Kaworu lhe foi potencialmente importante porque nele viu a oportunidade de ser aceito e compreendido de modo integral por uma pessoa a quem devorou verdadeiro afeto, um amigo de rapidíssima passagem pela vida dele. Notem no Anime que, mesmo morando com Misato e Asuka, com estas duas ele não tinha amizade, apenas companheirismo e respeito; e nem com a Rei havia um elo além do Dever para com o trabalho na NERV. Kaworu modelou nele um Fragmento que explodiu e configurou a Navegação Psíquica iniciada no penúltimo episódio, o qual é o prelúdio de todo o psicodélico caminho conclusivo da obra.
No último episódio em seus desenvoltos propósitos, as consequências do que foi visto no anterior admitem-se dentro da Expansão Energética das Dimensões da Instrumentalidade. No Plano Psíquico, melhor falando, na Psique confusa e complicada de Shinji, o Desequilíbrio se formaliza em uma constante crescente de outros Fragmentos que vão se sobrepondo uns aos outros em aceleradíssima velocidade. Caos Psíquico Puro, com Avatares Psíquicos de todas as pessoas que ele conhece e conheceu confluindo para o Centro, o Abismo e o Além da própria Psique dele. Pode-se dizer que a Alma de Shinji Ikari, sua Essência Imaterial, completa e perfeitamente, surge diante de nosso olhar penetrando cada vez mais fundo naqueles Fragmentos. Estes unem-se em apenas um, que é o do momento final do capítulo, onde A Aceitação nasce quando Shinji percebe que não necessita da aprovação externa para Ser No Mundo e Vir A Ser No Universo ao qual pertence no Kosmos. Integrando-se a si mesmo, Percebendo a si mesmo, como um Ser Único, ele recebe os aplausos de todos os Avatares, cujas funções eram exatamente a de fazê-lo Despertar. Este é O Único Objetivo da Instrumentalidade e ele a alcançou garantindo-se sublime como alguém que aceitou a própria natureza de um modo pleno a partir de uma Inescapável Interna Verdade. No Interior de apenas um Personagem, tudo que se garante como o Primordial Propósito Narrativo de Evangelion foi solucionado; pois, se fosse dado espaço para cada um dos demais Personagens no Plano Psíquico, não seria adequado e soaria repetitivo, monótono, ininteligente. A partir de Shinji foi feita a explicação do que se tratava o Projeto de Gendo, o qual não contava com a aprovação da SEELE para o mesmo. E saindo do Mundo Interior do filho dele, o filme mostra o que ocorreu no exterior antes e após a surrealista e dadaística Jornada Psíquica do final do Anime.
E o exterior nos propõe a uma abordagem do quanto é perigosa a busca humana por controle, o que a SEELE objetiva para sempre pôr a NERV abaixo de si. A condução dos fatos nas cenas e a execução total do filme não dá chance para uma respiração segura ou uma tranquilidade momentânea. A tensão começa logo com a imagem de um Shinji bastante fragilizado diante da lembrança do que ocorrera com o amigo que fez e do estado de Asuka. O que ele faz com esta é compreensível diante de todo o Distúrbio Psíquico que o acompanha, Distúrbio acima descrito por mim. E durante grande parte do filme, ele se mantém como em um quase estado de incompreensão e desânimo diante dos fatos que se sucedem ao deprimente ato que realizou. A SEELE ordena a invasão da Sede da NERV a fim de tanto apoderar-se da Tecnologia quanto impedir que Gendo ponha em execução a Instrumentalidade. E os Humanos se mostram muito mais terríveis do que os Anjos já derrotados, com Soldados cometendo atrocidades no interior da estrutura subterrânea invadida. Muito violento e objetivo nesta parte de sua metragem, The End Of Evangelion explora a faceta mais cruel da Humanidade que antes estivera unida em prol do objetivo da extinção da Ameaça Alienígena que a sufocava. Há uma cena em especial da invasão que destaco, o uso de lança-chamas contra alguns membros da NERV em uma sala. Não há a imagem deles queimando, mas apenas os gritos arrepiam e dão uma ideia do nível de Horror e Terror que Seres Humanos são capazes de moldar.
E no meio de todo o Horror e Terror da invasão, com um desespero crescente dos membros da NERV, muitos tombam. Gendo é o único tranquilo, acreditando que tem o domínio completo de Rei para seus objetivos, mas ela mostra-lhe que não é uma boneca. Personagens importantes são sacrificados na luta pela defesa do Complexo Tecnológico invadido e Shinji, um pouco tarde demais, sai do estado catatônico quase próximo ao de Asuka tarde demais… Asuka, salva de ser morta, como foi a ordem direta da SEELE aos Comandantes dos Soldados, tem uma atuação antológica lutando com tudo o que sabe contra Evas Aprimorados muito mais avançados do que aquele que ela pilota. Uma selvagem batalha cuja consequência faz Shinji explodir e exibir o Verdadeiro Potencial do Eva dele. E no meio da batalha, a revelação sobre quem é na verdade Rei e os Anjos, tanto quanto a origem dele, dá lugar ao que parecia conduzir-se para uma conclusão plausível, comum e previsível. Contudo, diferente do polêmico e indigesto fim do Anime para alguns, o desfecho do filme é bem mais fácil de ser entendido por qualquer tipo e nível de intelecto. Não sendo Hermético, Esotérico e quase incompreensível para muitos (sem, contudo, abrir mão de referências herméticas e esotéricas), o Verdadeiro Final de Evangelion, como muitos defendem, tem um valor que somente cresceu com o passar dos anos. Já eu considero o final do Anime e deste Filme como complementares, um não retirando do outro sua necessidade de ter sido produzido como foram e entregues ao público.
Há respostas de Anno aos detratores dele, que ameaçaram-no de morte por causa da insatisfação com a forma como ele fechou o Anime. Um recado para futuros Criadores e Criadoras também: não se deixem intimidar por ameaças ou em sempre estarem prontificados a ceder aos caprichos e desejos dos Fãs mais radicais de suas obras. Desagradar também faz parte da Arte e Anno fez muito bem ao dar aquele final ao Anime e explicar neste filme, para quem o possa assim compreender, que ele não era obrigado a desempenhar um papel determinado por terceiros apenas para que estes fossem agraciados com o que desejavam ter assistido de conclusivo. Considerei muito fundamental ter citado os dois últimos episódios do Anime aqui nesta Resenha para lhes dar uma ideia geral da principal meta do Autor. Esta meta capital, conforme o meu inominável entendimento, atentem-se a isto, por favor, era propor algo que funcionasse para algumas pessoas e complicasse o entendimento de outras para a estas fazer meditar sobre o que assistiu desde o primeiro episódio do Anime. Há muito de pessoal, do Ser de Anno, em tudo que envolve esta primeira clássica forja de Evangelion na Arte Dos Animes, isso ele mesmo afirmou em Declarações e Entrevistas. Objetivamente, entretanto, o Subjetivo dele parece ter focado em oferecer algo bem diferente do que esperam os Fãs da Ficção Científica e foi, segundo minha inominável opinativa visão, muito feliz no alcance disto.
Encerrando aqui minhas palavras, deixo eternizada a minha recomendação de The End Of Evangelion, que é, por si só, uma obra-prima tanto quanto o Anime. Assistirei as outras versões de Evangelion feitas posteriormente, recontando sob outros ângulos e percepções a mesma história, trazendo para o blog Resenhas.
Até a próxima Postagem, leitores virtuais.
Saudações Inomináveis a todas e todos vós, Seres Do Mundo!
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