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Inomináveis Saudações a todas e todos vós, Seres Do Mundo!
Inicio minha trajetória aqui neste contexto das coisas do coração, uma vez mais, falando de um tema que a contemporânea sociedade hoje em dia está relegando a uma data específica do calendário anual. Estou a falar do Dia Dos Namorados, cujo Simbolismo era para reverenciar o Amor, mas, nos últimos tempos, vem referenciando apenas os bolsos dos comerciantes. Dois meses após a data no ano de 2018, na qual, como poeta, comemorei organizando no meu falecido Perfil no Facebook uma Ciranda Poética Do Amor entre meus Contatos, vim a escrever este texto em forma de uma reflexão que considero bastante válida. Um texto que eu havia escrito uma semana após aquela data comemorativa. Ciente de que o momento humano atual é de uma total assimilação do virtual à nossa cotidiana existência; e estando, eu mesmo, atado à Internet de diversos modos possíveis e impossíveis, expando aqui uma análise do que seja o Amor dentro do contexto histórico no qual inseridos estamos. Um contexto determinado pela Hiperconectividade, determinando novos modos de relacionamentos que, em si mesmos, estão vindo a determinar outros parâmetros para as formações de casais.
Não vivemos mais sob a aura da Poesia Romântica do século dezoito. O Romantismo das novelas de Janete Clair desapareceu há muito. As letras das músicas românticas atuais abandonaram a poesia de antigamente, sobrevivendo hoje com frases de impacto que mais parecem ter sido retiradas das boleias de caminhões. Muitas pessoas não acreditam mais no Amor, efeitos de diversas decepções ou uma escolha diante da fascinação por elementos da vida humana que lhes sejam mais atraentes. Banalizou-se tanto o Amor que soa até mesmo anacrônico este texto nesta postagem, dentro de uma época errada para falarmos de algo que, concordemos, para a grande maioria humana não tem mais nenhum valor. Posso parecer piegas e ultrapassado, mas acredito no que eu chamo de Verdadeiro Amor e este não está no romântico passado de nossa História e nem no atual panorama de um mundo onde se procura companhia no Dating ou no Tinder. Falarei em um futuro texto acerca do que eu venho a considerar como o Verdadeiro Amor, neste quero enfocar o ponto do sentimento Amor dentro de nossa Cibernética Sociedade.
Falando naquelas duas redes sociais de relacionamentos, na verdade são ilusões que o virtual vende a milhões e muito raros são os casos de verdadeiros frutíferos encontros a partir delas. Não conheço ninguém que tenha tido uma boa experiência, tanto nelas como nas outras que existem pela Rede. Em todo caso, é sempre certo desespero e medo de acabar sozinho que leva alguém a inscrever-se em sites de tal natureza. Há dois meses mesmo, quase me inscrevi no Tinder e o fato de dar um erro quando da tentativa de finalização da inscrição foi um sinal, para mim, de que eu deveria desistir de tal ideia. Desespero e medo conheço muito bem, já tive diversos relacionamentos à distância, em vários níveis de intensidade e intimidade, que nunca deram certo. Quase todo mundo em redor do globo já deve ter tido experiências assim, algo que é misto de idealização de uma pessoa e desejo de, finalmente, deixar de ficar sempre sozinho em todos os finais de semana. A cama fria nos leva a esses extremos, sempre pontuados por uma extrema carência e quase doentia necessidade de querer uma companhia. E como eu e muitos quebramos a cara nesse tortuoso envolvimento com paixonites à distância, fica-se sempre a sensação de tremendo vazio, angústia, fracasso e decepção. Isso acaba até conhecermos outra pessoa interessante ou que pensamos ser, "até que enfim, a pessoa certa para mim"... Nova decepção, não aprendemos e continuamos, criando um ciclo sem fim de traumas inconscientemente criados por nós mesmos.
Aquelas e aqueles identificados com o que descrevi no parágrafo acima nesta crônica devem se perguntar o porquê de adentrarem continuamente neste virtual ciclo de alguém que esteja distante. Os corações podem mesmo se conectar, os corpos também, eu não que relacionamentos assim possam ter finais felizes. O que eu afirmo são os exemplos dos casos de teimosos como eu, que sempre se interessam por quem está fisicamente longe. "E NÃO HÁ NINGUÉM POR PERTO INTERESSANTE O SUFICIENTE PARA QUE SE POSSA TER UM RELACIONAMENTO AMOROSO?": eis a pergunta dos objetivos e realizados no Amor que estiverem a ler estas linhas. Nem sempre há alguém por perto que veja quem nós somos de verdade, aparências e status sociais ainda contam, por mais que algumas mentes inocentes por aí digam que não. Timidez é outro entrave e se a pessoa for fechada e anti-social (o meu caso), se tem um problema grandioso elevado a grandiosas proporções. Não há crime algum em relacionar-se à distância com alguém, por mais que tal opção venha a trazer mais malefícios do que benefícios para ambos os enamorados virtuais. Ou só para um lado, já que muitas vezes quem está longe pode estar mentindo sobre o que sente ou estar brincando com sentimentos alheios. E o perigo também reside no encontro de sociopatas ou psicóticos de ambos os sexos e dos mais variados gêneros sexuais, o que sempre acarreta infelizes finais para quem por tais tipos é envolto. Nada recomendável, em nenhum caso ou ponto de vista, buscar o Amor via Internet para muitas pessoas cuja tendência é sonhar demais e, no fim, se decepcionar mortalmente.
O que todos aqueles que buscam aqui no virtual um Amor deveriam fazer é desligar o celular, o computador, o notebook ou tablet e sair de casa um pouco. Me incluo nisto porque sou igualmente um recluso com tendências a me enamorar por quem está bem distante de mim (e nem sempre sou correspondido). O mínimo que pode ocorrer agindo assim é se deparar com a famigerada rejeição algumas vezes; o máximo que pode ocorrer é, verdadeiramente, o encontro com o Amor. Arrisca-se menos tentando encontrar a pessoa certa do modo tradicional, com uma concreta troca de beijos, abraços, carícias e de nudes ao vivo em tempo real. A Internet é um bezerro de ouro que nos escraviza cada vez mais, muitas vezes nos cegando para atitudes que, em sua intrínseca simplicidade, são infindavelmente racionais. O ciclo de decepções amorosas não pode ser totalmente quebrado, mas para quem somente perde tempo com quem está longe, a opção de navegar pelo mundo real fica em aberto. A maioria dos amores virtuais são fábulas contadas por bufões irônicos que guiam os iludidos apaixonados por uma estrada que sempre em nada resulta. Se dermos uma chance ao mundo fora daqui, recuperamos a nossa total sanidade. Se optarmos por ficar sempre na busca do Amor aqui dentro, desprezando as probabilidades que nos aguardam fora daqui, merecemos um longo e merecido descanso em uma clínica psiquiátrica.
Saudações Inomináveis a todas e todos vós, Seres Do Mundo!
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