Inomináveis Saudações a todas e todos vós, Seres Do Mundo!
Eu passo horas escrevendo. Eu passo dias escrevendo. Eu sonho que estou escrevendo. Eu acordo e começo a escrever alguma coisa. Seja neste smartphone onde digito agora este texto ou em uma folha de papel em branco, eu vivo escrevendo. Escrever alivia o meu luto pela minha mãe, da qual eu sinto uma infinita saudade. Escrever me faz por alguns momentos esquecer todos os meus problemas. Escrever me faz esquecer por alguns momentos de todos os meus fracassos amorosos. Escrever alivia o meu luto pelas inúmeras perdas que nos quarenta e sete anos de minha existência se acumularam em minha caminhada. Escrever me faz respirar. Escrever me faz gozar. Escrever me faz viver. Escrever me faz renascer a cada texto ou poema concluído e ainda por nascer. Quem me entende melhor são aqueles e aquelas que escrevem. Quem nasceu para a Arte Escrita como eu nasci, compreenderá todas as ideias que nesta crônica serão expostas. No entanto, todos deveriam compreender o que é O Escrever.
Na contemporânea civilização onde nos encontramos, poucos recorrem a uma Arte que deveria ser principalmente a válvula de escape para o evitar de muitas desgraças e tragédias. O primeiro ato escolar é aprender a ler e a escrever, naturalmente modelando para a vida inteira o intrínseco caráter da Escrita na forma do evoluir de um Ser. Muitos seguem adentrando com o passar do tempo no Mundo Das Letras; outros passam a ignorar tal Mundo, não se tornam leitores, ignoram escritores e até chegam a desprezar poetas. Por experiência própria, eu sei o que é ser ignorado e desprezado. Todo aquele que escreve e se dedica integralmente ao Escrever, sabe o que é isso. Mesmo assim, continuamos escrevendo. Mesmo assim, continuamos criando. Mesmo assim, continuamos exercendo artisticamente a nossa Arte tal como os demais artistas do Planeta Terra que também são ignorados e desprezados continuam a fazer.
Amor à Escrita faz com que no Blogger e lá no Medium, aqui no WordPress e em todas as plataformas onde literariamente muitos se expressam, continuem a criar, mesmo sendo ignorados, desprezados e perdendo a esperança de serem autores reconhecidos, idolatrados e influenciadores de bilhões de almas. Dei minha cara a tapa por dezessete anos no Blogger e quando passei um tempo considerável como escravo de Redes Sociais como Twitter, Facebook e Instagram, não abandonei nenhum dos meus blogs. Escrever para os amiguinhos e as amiguinhas em Redes é fácil, seguro e evita muitas dores de cabeça; encarar o mundo virtual de frente, sem algum puxa-saco ou bajulador(a) aplaudindo de pé tudo que se cria, é para poucos. São mais honestos e verdadeiros os leitores fora das Redes que citei, as quais completamente abandonei por serem limbos que destroem qualquer tipo de Arte, com ênfase na da Escrita.
Por que destroem? Porque quando um Autor(a) publica algo em seu Perfil ou Página, ele espera agradar seu público fiel, que nunca é honesto. Muitas vezes, eu sentia que meus textos não impactavam como eu queria ou eram completamente ignorados. Desesperado, eu comecei a escrever para agradar os outros e isso veio a afetar meu Escrever como um todo, algo que percebi antes que fosse tarde demais. Houve outros motivos para minha saída daquelas supramencionadas prisões, mas o principal foi esse lento estrangulamento da minha própria naturalidade ao me entregar a este ato de dialogar sinceramente com todos vós através desta lógica concatenação de ideias. Eu voltei a ser o que eu verdadeiramente sou como Poeta, Escritor e Livre-Pensador: alguém que há muito tempo ligou o FODA-SE e quebrou as Infinitas Paredes das realidades literárias.
Não escrevo para nenhum de vós e, ao mesmo tempo, eu escrevo. Não escrevo para vos agradar e nem vos desagradar, e, ao mesmo tempo, vos instigo e agrido. Na hora em que todo aquele(a) que escreve se dá conta de que deve ser ele mesmo, está criando e recriando a cada escrito a própria maneira de artisticamente expressar-se. Por isso, eu acima citei que todos deveriam exercitar o Ato de Escrever, expressar-se em sinais lingüísticos, abrindo Portões Internos e fugindo dos calabouços de um Verdadeiro Hospício dentro do Ser. É que A Escrita aborta toda loucura que o cotidiano tenta fazer crescer em todo mundo, a todo momento, em todo espaço, em qualquer tempo. Escrevendo, o domínio do Tempo é vasto. Escrevendo, o domínio do Espaço é aberto. Escrevendo, o escapar da Grande Loucura Da Desgraça Contemporânea é assegurado.
Sem buscar dinheiro, escreva primeiramente. Sem buscar fama, escreva primeiramente. Sem buscar receitas infalíveis para cada problema da vida, escreva primeiramente. Meu conselho é apenas que VOCÊ AÍ pare um pouco, descanse, relaxe, sente o rabo na cama ou em uma cadeira ou no chão e escreva. Seja em um smartphone, folha em branco ou caderno pautado, escreva. Pode ser sobre o homem ou a mulher da sua vida; sobre aqueles que você odeia; sobre seus conceitos, pré-conceitos ou preconceitos; sobre seus desejos sexuais; sobre seus delírios sensuais; sobre morte; sobre vida; sobre doenças; sobre o presente; sobre o passado; sobre o futuro; sobre nada…
Ligue o FODA-SE como eu liguei há muito tempo e ESCREVA. Eu não tenho estilo. Eu não tenho Fãs. Eu não tenho mulheres aos meus pés. Eu não tenho uma mulher legal ao meu lado. Eu não tenho bilhões no banco. Eu não tenho carros importados. Eu não tenho televisão do tamanho de um mundo. Eu não tenho computador. Eu não tenho a geladeira cheia. Eu não tenho muitas roupas. Eu não tenho muitos calçados. Eu não tenho muitos amigos. Eu não tenho diversões fora do meu quarto. Eu não tenho muitas coisas, mas ESCREVER é o que me preenche inteiramente. Eu seria hipócrita se dissesse aqui que não quero vender livros e ser um dia reconhecido; no entanto, como dito acima, isso é mera consequência do meu trabalho como Autor. Sigo escrevendo porque quero, gosto, amo e cultivo como minha Arte. Sigo escrevendo porque eu sou o que eu escrevo, como diria uma antiga amiga e parceira das Letras minha que há muito tempo não encontro. Sigo escrevendo porque é como foder com uma mulher ou tocar uma punheta: eu sempre me satisfaço extremamente.
VOCÊ AÍ pode ter tudo que eu não tenho e que acima citei. Mas, algo te satisfaz extremamente? Alguma Arte que te livre da Loucura Da Contemporaneidade? Alguma outra forma que não te faça um dia vestir uma camisa-de-força? Alguma dádiva adquirida através de muito exercício que te equilibre neste mundo insanamente decadente, deteriorado e que cada vez mais destruímos com nosso próprio desequilíbrio quando fora do eixo da Racionalidade por alguns instantes nos encontramos?
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E não enlouqueça.
Saudações Inomináveis a todas e todos vós, Seres Do Mundo!
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