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Inomináveis Saudações a todas e todos vós, Seres Do Mundo!
Perguntas para quem ainda tem o sagrado costume de escrever à mão ou, como este Inominável Ser que vos fala, une a escrita à mão ao digitar em teclados de smartphones, tablets, notebooks, ultrabooks, PC’s e afins:
1. É a pena que te tem ou é você que tem a pena?
2. O texto é você ou você é o texto?
3. O verso já está escrito ou a escrita nasce do verso?
4. A folha ou a tela em branco já está preenchida antes da escrita ou você é o artesão que obra pela construção coordenada de cada palavra?
5. Tudo está em revolução e evolução antes da conexão com a concepção de cada obra em si ou a espontaneidade guia sua mão intuitivamente?
6. O autor do que você cria é você mesmo ou uma entidade interna à parte que habita em teu interior?
7. Você escreve consciente ou a tua consciência escreve por você?
8. Sua obra tem a tua alma ou a tua alma é formada a partir de tua obra?
9. Quem é o verdadeiro autor ou autora que tanto se expressa no que você escreve?
10. Qual o motivo ou a necessidade que te leva a ser ou não ser aquele que se apresenta como o autor ou autora?
11. Como se dá ou não dá em ti o momento que concluído está um determinado trabalho?
12. Quantas vezes ou não você ouviu tua interioridade na execução escrita de teus pensamentos para a apreciação da exterioridade?
13. Quantos Eus dialogam em tua escrita ou quantas escritas são as vozes de teus Eus?
14. Quantos limites foram ultrapassados ou o infinito é a chave da continuidade do teu Racional?
15. A tua escrita é ta definitiva voz ou infinitas vozes definem continuamente o teu escrever?
16. A autoria é sua ou cada texto teu é autor do do que tu és?
17. A inspiração é tua mãe continuamente ou tu mesmo és mãe em todo sentido do que fazes noundo nascer?
18. Quem te ordena ou desordena nas linhas preenchidas pelo teu talento?
19. Quem te expande ou reprime em determinados textos que tu estás a desenvolver?
20. Quem fica mais a escrever: tua mente, teu corpo ou tua alma?
21.O texto te lê ou você lê o texto?
22. A escrita te vê ou você vê a escrita?
Variáveis, infindáveis e ilimitados são os Porquês que criticamente constituem os termos de uma possível meditação acerca da Arte Escrita. Uma Crítica Da Razão De Escrever, a examinar o quão longe nós que escrevemos podemos chegar, daria uma noção que sequer alcançaria metade do que é A Arte De Escrever. O Fenômeno Da Escrita não passa pelo crivo de um ortodoxo Criticismo Racional ao estilo de Kant porque trabalha com termos e terrenos que se afastam muitíssimo da Razão e da Lógica. A observação crítica morre e nasce uma concepção que se ambienta entre especulações metafísicas e esoterismos particulares, estes sendo o que cada Artista Da Escrita desenvolve em seu trabalho íntimo a partir de seu Eu para o Outro, O Leitor. Por que, então, este Ensaio aqui está sendo escrito por um poeta e escritor que apenas aqui vai falar do que a Escrita nele semeia e colhe e transmuta ininterruptamente?
Como estou a falar para autoras e autores, devo frisar que não tenho a certeza de que as Vinte E Duas Indagações Sobre A Arte Escrita que propus acima tenham tido alguma vez lugar em vossas mentes. No entanto, também sei que na intimidade de seus momentos, Irmãos Das Letras, vocês se indagam sobre o porquê de escreverem. É um ato de natural sensibilidade e autenticidade exercer o indagar acerca desse talento que processa tantas obras escritas e as que serão escritas e as que agora estão sendo escritas. Não somos fraudes ou adeptos de charlatanismos intelectuais, o que está muito em voga nestes tempos de Liquidez, como diria Baumann. Somos adequados a um certo campo do Mundo Da Arte que, principalmente no Brasil, não é muito apreciado pela população. A Internet, no entanto, é o que não nos faz ficarmos com nossos textos guardados nas gavetas de nossos armários. Muitos autores, muitos leitores e pouquíssimas Editoras realmente interessadas em investirem nos primeiros. No entanto, autoras e autores, este descaso ou escolha das Editoras em apenas publicarem determinados estilos e nichos literários nacionais e internacionais aqui no Brasil nos desanima no Ato De Escrever?
Como autor, afirmo que quanto mais sou ignorado pelas Editoras de grande, médio ou pequeno porte, mais sou impelido a escrever por uma orgânica, espiritual, psíquica e inominável necessidade de expressar-me. Cada um de nós, autoras e autores, vai ter um específico motivo para continuar se expandindo na Escrita para direções sem limites determinados ou impostos pelo próprio exercício de escrever. E se escrevemos, se continuamos no campo de guerra pessoal para cada vez mais encontramos Escritas Dentro Das Nossas Escritas, temos o direito exclusivo de termos um papel à margem da Cultura Oficial. E isto não é uma outra guerra, como a de querer contrapor a Subcultura Literária nascida na Internet à Mainstream, que faz nascer os “grandes autores do momento” e os best-sellers. Ter a Marginalidade como autora e autor, ser um Marginal como autora e autor, abre espaço para as mais necessárias meditações sobre O Que É O Escrever. Autoras e autores que vendem milhões de livros por ano, se tornando bilionários em um espaço de dois ou cinco anos de carreira atualmente, dificilmente terão o trabalho de pararem para meditar sobre assunto que exige uma viagem para dentro deles mesmos. Nós, aqui do Plano Subcultural Literário E Poético ao qual pertencemos, temos de diversos modos muitos momentos meditativos sobre o que significa Escrever.
Por questões daquelas Perguntas não serem imperativos categóricos, nenhum de vocês, autor ou autora, tem a obrigatoriedade ou dever de tentar ou praticar diariamente a técnica meditativa sobre observações intelectivas acerca da Escrita. A exigência não cabe a quem Escreve advinda de outro que também escreva. O Domínio entre os que escrevem e o que se escreve é o determinante objetivo que exige daqueles a observação deste. Ninguém que escreve é um autômato ou mecanicamente move a mão que escreve de modo a desenvolver qualquer tipo de texto. Sendo as palavras como dominadoras daqueles que escrevem ou estes sendo senhores de cada palavra que chega ao que se escreve, a experiência é duplamente intuitiva, sensorial e onírica. Como não somos tabulas rasas, conforme erroneamente preconizava Locke, o conteúdo que desenvolvemos na Escrita intuitivamente chega para que possamos interpretá-la de modo a ser inteligível para O Leitor. Como não somos amebas irracionais, algo que certos tipos de humanos denotam ser por suas idéias e atitudes irascíveis, sentimos tudo o que escrevemos em diversos níveis espaciais, dimensionais, materiais e imateriais. Como não somos desprovidos de Sentido Imaginativo, como aqueles que não possuem nenhum tipo de sensibilidade para nenhum tipo de Arte, sonhamos que estamos escrevendo no ato da Escrita e a Escrita sonha conosco como aqueles que ela escreve Desperta em nós no exato momento do Ato Criador.
Intenso e inacabável, extenso e infinito, O Ato De Escrever envolve linhas que preenchidas são pelo que concebemos a partir das Ideias, as quais se propõem traduzidas e interpretadas conforme nosso peculiar sabor e saber interiores. No entanto, as questões crescem além daquelas Vinte E Duas por mim propostas a quem quiser responder e nunca cessarão por completo este assunto. Nunca se chegará a um conciso conceito sobre o que seja Escrever porque esta prática não é um Esporte com regras definidas e disponibilizadas para a consulta de seus praticantes e admiradores. Escrever tem suas nuances que escapam de qualquer intelectualizante interpretação direta ou indireta de sua efetividade, importância e valor. Uma Ciência Da Escrita é uma implausibilidade, assim como a Teoria Da Literatura, as Oficinas Literárias e as Oficinas De Poesia são risíveis em si mesmas. Não se pode teorizar a Escrita, que escapa de toda intenção de ser dissecada como a cobaia de um laboratório de idéias intelectualóides. Não se pode ensinar ninguém a escrever porque o Dom Da Escrita é naturalmente exercitado pelos que, por naturais condições acima de todo e qualquer nível de Instrução, não precisam de cursos para “aprenderem a escrever”. Assim como nós, autoras e autores, não podemos ser tolhidos e comprimidos em situações ou visões ou concepções menorizantes influenciadas pelos arcaísmos acadêmicos que povoam a Educação Superior pelo mundo inteiro, A Escrita é Selvagem, Absurda E Absolutamente Selvagem. Querer domá-la é uma imbecilidade. Querer domá-la é uma tolice. Querer domá-la é uma perda de tempo. Querer domá-la é um crime. Querer domá-la é um suicídio do próprio intelecto.
Em Eterno Estado Natural, A Escrita é aquilo que cada um de nós capta interiormente e eterniza exteriormente, afirmo a partir do que Ela afirma em mim e do que eu afirmo Nela. Para você, autora e autor, vai ser diferente, bem o sei; porém, cada afirmação sempre será uma Verdade acerca Dela. Verdade com todas as indagações que conjuntamente lhe acompanharem.
Saudações Inomináveis a todas e todos vós, Seres Do Mundo!
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